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SOJA - PREÇOS

Publicada em 29/07/2019

A semana foi de especulação e volatilidade para os preços da soja na Bolsa de Chicago, mas para fechar a última sessão nesta sexta-feira (26), o mercado optou por manter-se na defensiva e encerrou os negócios com estabilidade. Entre os contratos mais negociados, as pequenas altas foram de 0,75 a 1,25 ponto, com o agosto valendo US$ 8,83 e o novembro, US$ 9,01 por bushel. Com uma série de fatores ainda a serem revelados, efetivados e compreendidos pelo mercados, os preços se mostram sem direção em Chicago. Entre eles estão, principalmente, o futuro da guerra comercial, o clima no Corn Belt, a real área plantada norte-americana e os índices de produtividade que serão alcançados nas lavouras dos Estados Unidos. Até que tudo isso dê sinais mais claros aos traders, a volatilidade deverá continuar bastante presente. Enquanto isso, os negócios novos no Brasil também se mostram mais raros, com os produtores apostando em melhores momentos de voltar ao mercado, principalmente quando o assunto é a safra nova. As vendas antecipadas da temporada 2019/20, de acordo com analistas e consultores, segue ligeiramente atrasada se comparada com anos anteriores, uma vez que o cenário formador de preços é bastante nebuloso neste momento. Assim, o importante é que o sojicultor esteja protegido e com uma estratégia de comercialização que seja eficiente.  

BUSHEL

"O que nós da Agrinvest estamos recomendando ao produtor é que ele trave o bushel para o ano que vem - contratos março ou maio -, mas compre um seguro de alta nas posições mais curtas - setembro e novembro - que são referentes à safra dos EUA. Assim, caso algo mais sério aconteça com a safra americana em agosto, ele participa de eventuais altas", diz o analista de mercado Eduardo Vanin, da Agrinvest Commodities, em entrevista ao Notícias Agrícolas nesta sexta.Nesta sexta, os preços da soja brasileira nos portos recuou. Em Rio Grande, R$ 77,50 no spot e R$ 78,00 para agosto, com perdas de 0,64% em ambos os casos. No terminal de Paranaguá, R$ 77,80 e R$ 78,30, com baixas de, respectivamente, 0,26% e 0,25%. Já no interior, as variações foram apenas pontuais, e a maior parte das praças de comercialização terminaram o dia com preços estáveis. As exceções foram São Gabriel do Oeste, em Mato Grosso do Sul, onde o preço subiu 2,26% para R$ 68,00; Sorriso, Mato Grosso, com alta de 0,79% na disponível, para R$ 63,50; e Ponta Grossa, no Paraná, onde o preço cedeu 0,65% para fechar com R$ 76,00 por saca. 

CLIMA NOS EUA

O mercado segue muito atento às questões do clima no Corn Belt e ao atraso no desenvolvimento das lavouras norte-americanas. Alguns modelos climáticos indicam que, nas próximas semana, o calor intenso e a falta de chuvas poderia voltar a castigar algumas áreas produtoras em Illinois, Indiana e Iowa, segundo apurou a consultoria internacional Allendale, Inc. O mapa atualizado pelo NOAA nesta sexta-feira para o período de 27 de julho a 3 de agosto mostra os acumulados mais elevados sendo esperados para o nordeste dos EUA, pegando partes de Minnesota e Wisconsin. Áreas do Missouri também podem registrar volumes consideráveis."Os mapas climáticos atualizados ressaltam a chegada de precipitações leves sobre o norte do Cinturão Agrícola, neste fim de semana. De maneira geral, as previsões são generalizadas para todas as principais regiões sojicultoras dos Estados Unidos. No entanto, a ARC não acredita na dispersão total desta nova rodada de chuvas no curto-prazo. Algumas regiões deverão continuar sob estresse hídrico", explicam os especialistas da ARC Mercosul.

RELATÓRIO DO USDA

Os traders esperam ainda pelos números que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz no dia 12 de agosto, principalmente aqueles que irão atualizar as informações sobre a área efetivamente plantada com soja e milho nos EUA. Devido aos problemas causados por tantas adversidades climáticas durante o período de plantio nos EUa, a coleta de dados sobre a área nesta temporada ficou bastante complicada de ser feita, comprometendo a realidade dos números. Assim, o departamento norte-americano vem promovendo essa recontagem dos hectares plantados, replantados e o que os produtores norte-americanos destinaram ao programa do Prevent Plant. "Até o momento o que vemos é que os embarques estão fracos, que os registros estão fracos e que o mercado agora tem um 'bando de cegos' abraçados, tateando para saber o que teremos de área e produtividade norte-americanas", explica o chefe do setor de grãos da Datagro, Flávio França Junior, sobre a espera do mercado pelo novo reporte do USDA.

DEMANDA

Se há alguns dias eram crescentes as especulações sobre novas compras de soja por parte da China nos EUA, o que o mercado observa agora são notícias dando conta de que a nação asiática segue limitando suas operações com o produto norte-americano. E são essas incertezas e notícias como as de que a demanda da China estaria cada vez mais distante do mercado norte-americano que têm limitado o potencial de avanço dos futuros da soja no mercado internacional diante de problemas sérios que são enfrentados pela nova safra norte-americana. "Não é uma safra boa, é uma safra que deve ficar na média, ou talvez até um pouco abaixo disso aqui nos Estados Unidos, mas isso não provoca uma alta nos preços em Chicago porque há uma falta de demanda. E é por isso que os prêmios no Brasil também não reagem", explica o diretor da ARC Mercosul Tarso Veloso, direto do Corn Belt, durante um bate-papo de mercado realizado nesta sexta-feira pela consultoria. 

Fonte: https://www.noticiasagricolas.com.br/noticias/soja/239501-soja-com-muitos-fatores-indefinidos-produtor-no-br-tem-que-buscar-protecao-de-preco.html#.XT7QkOhKjIU